Aprenda o significado do perdão e os seus benefícios para a vida
A Bíblia diz que Deus perdoa os nossos pecados e deles não se lembra mais. Diz ainda que devemos perdoar assim como Deus, em Cristo, nos perdoou. O que significa o fato de perdoar e não mais se lembrar? Significa porventura amnésia?
Absolutamente não! Deus não tem amnésia. Deus sabe tudo, e jamais fato algum é apagado da sua memória. Mas, então, o que a Bíblia quer dizer com Deus perdoa e esquece? Significa que Deus nunca mais cobra aquilo que Ele perdoou. Deus nunca mais lança em nosso rosto aquilo que confessamos e abandonamos. Da mesma forma, quando a Bíblia diz que devemos perdoar como Deus e esquecer, não significa que os fatos que nos machucaram serão apagados da nossa memória. Isso é impossível e nem mesmo depende de nós. As coisas vêm à nossa memória querendo nós ou não. Perdoar e esquecer significa lembrar sem sentir dor; significa nunca mais cobrar da pessoa perdoada a mesma dívida.
O perdão é uma necessidade fundamental da vida. É impossível ter uma vida emocional, física e espiritual saudável, sem o
exercício do perdão. Quem não perdoa, não pode orar. Quem não perdoa, não pode trazer sua oferta ao altar. Quem não
perdoa, não pode ser perdoado. Quem não perdoa, adoece fisicamente. Quem não perdoa, é entregue aos verdugos e flageladores da consciência. O perdão é até mesmo uma questão de bom senso. Quando guardamos mágoa de alguém, acabamos nos tornando prisioneiros dessa pessoa. Ela nos escraviza e nos mantém no cárcere da amargura. Quando nutrimos mágoa de alguém, essa pessoa nos perturba continuamente. Se vamos nos assentar para tomar uma refeição, ela tira o nosso apetite. Se vamos tirar uma soneca, essa pessoa se transforma em nosso pesadelo. Se vamos sair de férias, ela pega carona conosco e estraga as nossas férias. Perdoar é a única maneira de quebrar essas correntes e ficarmos livres.
O perdão deve ser ilimitado.
Jesus nos ensina a perdoar até setenta vezes sete. Essa cifra não é literal. É um emblema. Ela apenas destaca setenta vezes o número sete, o número da perfeição. O perdão é ilimitado, pois é dessa forma que Deus nos perdoa. Jesus deixou esse fato claro na parábola do credor incompassivo (Mt 18.23-35). Aquele servo que recebeu um perdão de 10 mil talentos não perdoou seu conservo de uma pequena dívida de 100 denários. Dez mil talentos é 600 mil vezes maior que 100 denários.
Aquele que havia recebido um perdão 600 mil vezes maior negou-se a perdoar alguém que lhe devia uma dívida 600 mil vezes menor. O rei, então, lhe entregou aos verdugos até que ele pagasse a dívida impagável. Um homem precisaria trabalhar 150 mil anos para adquirir 10 mil talentos recebendo o salário de 1 denário por dia. A nossa dívida com Deus é impagável. Por isso, o perdão de Deus é ilimitado. E Jesus foi enfático em afirmar que se não perdoarmos, não seremos perdoados: “Assim também vos fará meu Pai celestial, se cada um de vós não perdoar de coração ao seu irmão.” (Mt 18.35.)
“Tende cuidado de vós mesmos; se teu irmão pecar, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe. Mesmo se pecar contra ti sete vezes no dia, se sete vezes vier a ti, dizendo: Estou arrependido; tu lhe perdoarás. Então os apóstolos disseram ao Senhor: Aumenta a nossa fé.” (Lc 17.3-5.) veja Mateus 18-15 a 16
O perdão é o caminho da cura das feridas. É a ponte de reconciliação das relações quebradas. O perdão é o remédio divino para os relacionamentos enfermos. O perdão é o bálsamo do céu para aqueles que andam machucados e feridos pela mágoa. Hoje é tempo de perdoar. Hoje é tempo de pedir perdão. Hoje é tempo de restaurar relacionamentos dentro da nossa casa e da igreja a fim de vivermos uma vida plena, maiúscula e abundante. Destacamos três aspectos do perdão:
1. O perdão deve ser incondicional (Lc 17.4)
O perdão não é uma questão de justiça, mas de misericórdia. O perdão é graça em movimento. Graça é o que não merecemos, mas precisamos. Devemos perdoar aqueles que não merecem o nosso perdão, assim como fomos perdoados sem merecermos o perdão divino. José perdoou seus irmãos mesmo sendo vítima da inveja deles. Estêvão pediu a Jesus para não imputar o pecado de seus algozes a eles. Jesus orou ao Pai pedindo perdão para aqueles que o crucificavam. Devemos de igual forma, perdoar aqueles que nos ofendem.
2. O perdão deve ser cauteloso (Lc 17.3)
Não podemos humilhar as pessoas no ato de perdoá-las. O perdão é um gesto de humildade e graça, e não de altivez e arrogância. A Palavra de Deus nos ensina a não esmagar a cana quebrada nem apagar a torcida que fumega. Devemos
ser sensíveis até mesmo com os nossos desafetos. Não é sensato usar quaisquer evasivas ou justificativas do nosso delito no processo de pedir perdão. Esse pedido deve ser claro, humilde e direto. O silêncio não é sinônimo de perdão, nem o tempo é remédio para curar as feridas provocadas pela mágoa. O confronto é o único caminho razoável para obter essa cura (Lc 17.3).
3. O perdão deve ser fruto do nosso relacionamento com Deus (Lc 17.5)
O perdão não é uma atitude fácil. Ele não é indolor. Nossa natureza decaída está mais inclinada para a vingança do que para o perdão. Só perdoamos quando o próprio Deus nos capacita para tal. O perdão é um reflexo da graça de Deus em nós. Por isso quando os discípulos de Cristo o ouviram falar de perdão incondicional, logo reagiram: “Então os apóstolos disseram ao
Senhor: Aumenta a nossa fé.” (Lc 17.5). Só o Senhor pode nos capacitar a perdoar. Somente pela fé podemos exercer o perdão.
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